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Assim como o mar: Certos dias, sou calmaria; Noutros, intensidade.

domingo, 6 de maio de 2012

Ser Mãe: Um constructo diário


A minha gravidez não foi planejada; tampouco a notícia foi celebrada por mim e pelo pai. Engravidei acidentalmente do meu primeiro relacionamento, azar este que terminou antes mesmo de eu ter o conhecimento sobre o meu filho. Eu me sentia grávida de um adolescente do interior, deslumbrado com a vida na cidade grande. Confesso, não foi fácil. Acredito que nenhuma mulher deseja dar a luz sozinha. Eu, pelo menos, não queria. Foram nove meses onde vivi o maior paradoxo de emoções da minha vida... Apreensão, incertezas, ansiedade, medo, revolta... paz, senti um amor tão puro, e felicidade! Estranho mesmo é sentir na pele todo esse turbilhão.
Grávida? Eu? Impossível! Eu nunca tinha sequer segurado um bebê no colo ou sonhado com esse fato tão cedo em minha vida. Poderia passar horas na frente de um computador discutindo filosofias vãs, mas, não parava a minha vida para admirar uma criança no shopping.
Passei noites em claro, todos os dias, buscando soluções e, nos intervalos, clamando a Deus por misericórdia e socorro. Eu não cochilei. Eu precisava assumir para mim mesma que deveria levar adiante a gestação com otimismo, para não prejudicar mais a minha saúde e a do meu filho.
O mundo parecia não fazer sentido. A minha vida tinha tomado um rumo completamente fora do meu controle. Onde estava aquela pessoa prática e segura de si, que sempre acreditou na auto resolução de seus problemas? A gravidez tinha roubado a minha personalidade? A notícia tinha certamente me desestabilizado. Me sentia sozinha.
Uma das frases que eu mais ouvi durante a gestação foi: “Tente ser tolerante e use da sabedoria porque homem só se torna pai quando o filho nasce”. Então, quer dizer que a mulher ao engravidar já se sente mãe? Absurdo! Infelizmente a sociedade ainda carrega uma visão muito distorcida desses casos.
Grávida e solteira. Meu Deus! E agora? O que seria da minha vida? E os planos, metas traçadas, pós-graduação, cursos, estágios, pesquisas, trabalho? Tinha sido tudo em vão? A minha vida tinha chegado ao fim? Como construiria minha vida agora com um bebê? A minha angústia crescia junto com a minha barriga.
Foi uma gestação de indagações. Cheguei a fazer terapia para entender porque eu não tinha uma gravidez cor de rosa e poética como todas as outras mulheres grávidas que os livros, novelas e filmes vendiam. Eu não me encaixava naquele padrão de mulher que chega ao ápice de felicidade por estar grávida. Mas a sociedade me cobrava este comportamento. Quantas vezes não ouvi de amigas: “Você não está feliz? Tem de aproveitar esse momento único na vida”.

Me sentia um ser humano desprezível, por não conversar e não amar a minha barriga. Onde estava aquele amor materno instintivo? Eu obrigada a ser feliz com esta nova realidade.
Fisicamente eu tive uma gravidez maravilhosa. Mas psicologicamente foi uma saga em busca de redescobrir quem eu era. Hoje, eu tenho certeza de que a minha gravidez não foi planejada por mim, mas sim por Deus. Aquela menina egocêntrica antes da maternidade já não existe mais. Não há palavras que descrevam o tamanho do carinho e régua que se mensure  a proteção que se pode ter por um filho. O amor materno, na minha concepção, é um amor construído no dia a dia. Amor este que se expressa nos pequenos gestos de carinho, proteção e cuidado. Eu nunca imaginei que uma coisa tão pequenina pudesse mudar tanto uma vida, e todo um templo secreto de emoções. Ser mãe é a melhor experiência que uma mulher pode viver!


UM FELIZ DIA DAS MÃES A TODAS AS MAMÃES, E NUNCA ESQUEÇAM: FILHOS CRESCEM, APROVEITE O SEU HOJE MESMO!!! =)

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