My world. My words

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João Pessoa, PB, Brazil
Assim como o mar: Certos dias, sou calmaria; Noutros, intensidade.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A IMAGEM DA ALMA

Coloridas e diurnas, as borboletas prenunciam acontecimentos alegres, ao contrário de suas irmãs mariposas, quase sempre negras e noturnas, que noticiam a infelicidade. No imaginário humano, porém, ambas estão relacionadas à alma.Na cultura greco-romana, assim como na egípcia, acreditava-se que a alma deixava o corpo em forma de borboleta. A palavra psique, em grego, quer dizer ao mesmo tempo espírito e borboleta. Nos afrescos de Pompéia, a psique é representada por uma criança com asas de borboleta. Para a civilização asteca, ela era o sopro vital que saía pela boca do morto, além de estar associada a uma divindade (Itzpapalotl, cruzamento de uma mulher com uma borboleta). Esse simbolismo está relacionado à sua metamorfose, que, metaforicamente, expressa a saída do túmulo (casulo) para o renascimento. Essa associação de seu ciclo vital – a passagem do mundo dos mortos para o dos vivos-, também é utilizada na cultura oriental. No Japão, borboletas são espíritos viajantes; o seu surgimento anuncia uma visita ou a morte de um parente. Por outro lado, duas borboletas juntas querem dizer felicidade conjugal. No Vietnã, sua presença exprime longa vida, mas, nesse caso, é devido a uma coincidência fonética: duas palavras com pronúncia semelhante significam “borboleta” e “longevidade”.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A DOR QUE DÓI MAIS?

Trancar o dedo numa porta dói. Cair com a boca no chão, dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade. Saudade de um amigo que mora longe. Saudade de uma brincadeira na infância. Saudade do gosto de algo que não se encontra mais. Saudade dos avós que já morreram. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma viagem. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais inocência. Todas essas saudades, dóem. Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se gosta. Saudade da pele, do cheiro, do olhar. Saudade da presença, e até da ausência. Você podia ficar em casa e ele no bar, mas mesmo sem se verem, sabiam-se estar lá. Você podia ir para o curso e ele para outro lugar, mas sabiam-se onde. Você podia ficar dias sem vê-lo, mas sabiam-se que, um amanhã talvez, se veriam. Mas quando algo que une um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter. Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se gosta, e ainda assim, doer.
Adaptação de " A dor que dói mais", de Martha Medeiros.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A liberdade da Alma

“Quero deixar minha alma livre, para que ela possa desfrutar de todos os dons que os espíritos possuem. Quando isto for possível, não tentarei conhecer as crateras da lua, nem seguir os raios de sol até sua fonte. Não procurarei entender a beleza da estrela, ou a desolação artificial do ser humano. Quando souber como libertar minha alma, seguirei a aurora, e buscarei voltar com ela através do tempo. Quando souber libertar minha alma, mergulharei nas correntes que deságuam num oceano onde todas as águas se cruzam, e formam a Alma do Mundo.
Quando souber libertar minha alma, procurarei ler a esplêndida página da Criação desde o princípio”
Paulo Coelho