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Assim como o mar: Certos dias, sou calmaria; Noutros, intensidade.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Hábito

E qual é o mal em contestar tradições? O mal estaria apenas em contestar hábitos, coisas que não temos acesso e que seria apenas justa, a falta de contestação. Fugir da chuva. Tal covardia sempre desce em nossas mentes na sensação da primeira gota. Correndo, achando que chegaríamos a algum lugar, e sem sabermos que uma hora iríamos secar. O desespero daquele litro que nos molha é inválido em relação ao nosso medo de nos molhar. Corramos do céu que nunca iremos escapar. Nós mesmos. Hábitos não passam de segredos em que não há vontade de serem contados, ou ações encobertas pela vergonha de parecer um estranho. Mas para a felicidade das exceções, vivemos em uma terra de estranhos, onde não conseguimos interpretar nenhum olhar, dos trinta, que nos serviram como espelho ao longo do dia. Aquele “gosto de você ”- que recebeu há meses, horas, segundos atrás -, pode ser considerado agora uma piada, ou apenas um hábito. Por isso, deveríamos contestar sim! Contestemos os hábitos que se tornaram tradições globais, que nos envolvem sem nos pedir licença, e que nos largam sem dizer adeus. Consista em ser justo consigo mesmo. Já temos diferenças demais para criarmos uma que seria irreparável. Não obrigue ninguém a se sentir melhor do que realmente se sentiria, a falsidade da palavra e a indiferença do olhar já derrubou impérios, agora, derruba corações.

Um comentário:

Jerffeson Cunha disse...

Estás de parabéns Clara, traduziu bem a covardia de enfrentar a realidade, porque não o comodismo que nos cerca e nos faz regredir em vez do contrário que nossos antepassados tanto buscaram. "Contestemos os hábitos que se tornaram tradições globais". Nessa frase me leva a pensar: estou fazendo alguma coisa pra mudar o presente? pra mudar o futuro certo (sem perspectiva por sinal)? e fico feliz em dizer que sim. Cada ser deveria fazer essa pergunta pra si.

Você detonou, muito bom o texto, uma crítica bem "dirigida".

abraço