Deveria pensar mais a respeito do assunto,
já que também sou adulta. E que são nessas exatas situações que podemos saber
quem realmente tem esse dom: o de expressar a magnitude da força interior e
raciocinar. Na hora não quis contrariá-lo, ele estava tão empolgado com seu
magnífico discurso irredutível que deixei passar. Não deveria. Acabou por ir
embora todo sorridente, um sorriso cheio de razão. Com aquele sorriso, fruto de
quem pensa que sabe, e não sabe. Não que eu saiba tudo sobre mim, ao contrário,
mas, pelo menos não fico rindo à toa, cheia de falsas verdades ou
razões.
Já outro amigo me falou que não
é nada disso, que para nos conhecermos, ou conhecermos o próximo é preciso
tempo, silêncio e observação. Coisas quase improváveis nos tempos apressados e
barulhentos de hoje. Concordei em parte, mesmo porque, acho tão pouco somente o
tempo, silêncio e observação em se tratando de autoconhecimento. Imagine, então,
conhecer o outro.
"É preciso mais" - disse-me um outro amigo, certa vez, apenas com o
olhar - , ainda que não soubesse conceituar esse dom; ele vivia a maturidade com
todas as suas forças, talvez porque vivesse todas as outras coisas da vida com a
mesma intensidade. Não era, tão somente, um amigo que estava alí. Alí estava uma
pessoa inteira. Um homem com vida própria, sabedoria de seus anseios mais
simples, consciente de que na vida, além de escolher; é preciso resignar-se das
perdas naturais, e quem sabe até: necessárias!
Um comentário:
Lindo texto!
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